A qualidade de ensino na Universidade de
Cabo Verde há muito que tem vindo a ser caracterizado como um ensino de
qualidade, mas na verdade é que há um grande número de recém-licenciados com
pouca experiência na sua área de formação, o que é preocupante num mercado de
trabalho cada vez mais exigente.
Alunos fazem formação superior e quando
terminam dizem ter licenciatura, mas a verdade é que alguns destes afirmam
serem licenciados sem bagagem suficiente para se integrarem no mercado de trabalho.
A instituição vem abrindo vários cursos
sem ter condições de o fizerem. Os alunos sem saberem das dificuldades que vão
ter durante o curso por falta de materiais e professores capacitados na área,
fazem a matrícula numa certa área e quando se apercebem das dificuldades já é
tarde demais. Há aqueles que chegam a desistir do curso depois de verem as
dificuldades que vão surgindo ao longo do percurso escolar.
Para a maioria dos alunos desta instituição, as aulas
não têm qualquer dinâmica, os professores limitam-se a ler slides e cópias e,
muitas vezes, é notável a incapacidade do docente. Alguns alunos preferem não
assistir às aulas porque são desmotivantes.
Por outro lado, o aluno
Edimilson Leal diz que há disciplina que não tem nada a ver com o curso e que a
utilização da data show é a salva vida de muito professores.
Ao contrário dos alunos, o professor Orlando Tavares
acredita que a Universidade de Cabo Verde esta num bom caminho, e esta a dar
passos para em direção a qualidade e que esta é a Universidade com maior numero
de professor doutorados.
Para o professor Alfredo Pereira, a Universidade tem
docentes capacitados, com formação na área, mas que esta tem que pensar a nível
dos laboratórios, equipamentos para possibilitar aos alunos maior capacidade de
saber fazer.
Que futuro para os licenciados?
Considera-se que Cabo Verde está num bom
ritmo de desenvolvimento, mas o número de formados no desemprego é bastante
notável, infelizmente formar não é sinónimo de emprego, o que é muito
desmotivador para quem dedicou parte da sua vida para adquirir um curso
superior, e que tinha em vista a integração no mercado de trabalho. Este facto
é uma grande preocupação para aqueles que ainda estão se formaram e que não
estão vendo saídas no término do curso.
Só de pensar que vou terminar a
licenciatura e ficar sentada em casa como estou a ver muito dos meus amigos e
vizinhos, sinceramente, isso me desmotiva e da me uma vontade de desistir, diz Dúnia
Tavares.
A verdade é que há cada vez mais jovens
“fascinados” pelo Ensino Superior, e esta é uma forma de se poder afirmar na
vida, mas é de referir que nos dias que correm talvez esta não seja a melhor
forma de vencer os obstáculos referentes ao mercado de trabalho em Cabo Verde.
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