A diabetes afeta 12,7 porcento da população em Cabo Verde, o que representam cerca de 60.000 casos, segundo os dados da INE, o que coloca o arquipélago entre
os países onde a doença se expandiu mais rapidamente nos últimos 30 anos. A
doença tem estado a ascender a cada dia, afetando sobretudo os acima do peso e
aqueles que não são adeptos de uma dieta adequada.
A diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina. Segundo a Vanusa Barros, especialista da área a diabetes mellitus constitui um dos maiores problemas de saúde em cabo verde. A mesma disse que, o melhor remédio é apostar na prevenção, através do estilo de vida saudável, praticar exercícios físicos, e apostar numa dieta equilibrada, de modo a diminuir a ingestão de carbohidratos, e do açúcar que é muito consumido pela população cabo-verdiana.
Falta de Insulina é a principal causa da doença
Pode se comer e beber de tudo. O segredo está em controlar a
quantidade. É esta a indicação dos médicos e especialistas para quem tenha uma
deficiente produção, ou mesmo quem seu pâncreas já não produz insulina.
Aquilo que para muitos é apenas um medicamento, afinal é um componente do
organismo humano.
A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas quando a
glicose está elevada no sangue. A sua deficiente ou inexistente produção
promove a redução da glicemia ao permitir que o açúcar que está presente no
sangue possa penetrar dentro das células, para ser utilizado como fonte de
energia. Portanto, se houver falta desse hormônio, ou mesmo se ele não agir
corretamente, haverá aumento de glicose no sangue e, consequentemente, o
surgimento da temida por uns e menosprezado por outros: a diabetes.
Pessoas que
lidam com a doença
Uma das
pessoas que certamente faz parte dos dados da estatística é Elizangela Semedo,
de 28 anos. Uma jovem que teve o contacto com a doença muito sedo.
Passara 15 primaveras quando a jovem descobriu a sua condição
diabética. “Não imaginava ser atingida por uma doença dessas tão cedo”, afirma.
Conta que na altura a primeira coisa que lhe veio à mente é que já não podia
comer coisas doces. Afinal os doces faziam parte do seu cardápio. “Só tinha que
ter cuidado com a minha alimentação e com o meu corpo”, realça a jovem.
A mesma conta que é
dependente de insulina, uma vez que suas células já não a produzem. “Aplico-a
duas vezes ao dia, de manhã e da tarde”, afirma a supracitada, concluindo que
considera um processo normal, uma vez que está habituada ao processo.
Do outro lado temos a Antónia da Luz Lima, de 58 anos, que afirma sofrer da diabete e
da obesidade, mas que mantem sob controlo na base dos comprimidos e exercícios
físicos. “Sempre coloco alarme no meu telemóvel para não esquecer de tomar a
insulina e todos os dias levanto cinco horas da manhã para fazer caminhadas”,
conta a Antónia.
Em situação semelhante encontra-se José Augusto
Mendes. Descobriu a doença há 20 anos. Hoje com 52 anos, José Augusto passa
pelo mesmo processo, aplicando injeção de insulina duas vezes ao dia. Além
disso, por ser hipertenso, é obrigado a usar outros medicamentos que controlem
a sua tensão arterial.
José Augusto queixa-se da falta de condições para o cumprimento
de todas as regras do tratamento. Pois, a dieta recomendada é cara e não são
todos que possuem as condições para segui-la. O supracitado garante levar uma
vida normal, uma vez que “a doença não pode dificultar o percurso da nossa vida”.
A visão dos especialistas
Uma questão delicada que preocupa os agentes de saúde é o não
conhecimento da taxa de diabéticos a nível v nacional, pois nem todos têm a
sensibilidade para procurar o tratamento.
Para o especialista Tiotónio Cruz, o melhor remédio é apostar na
prevenção, através de um estilo de vida saudável, praticar exercícios físicos
e apostar numa dieta equilibrada, de modo a diminuir a ingestão de
carboidratos e do açúcar que é muito consumido pela população cabo-verdiana.~
Já o nutricionista Daniel António Tavares Sanches explica que
muitos alimentos que não aparentam ter açúcar libertam muita quantidade de
glicose. Principalmente aqueles que são ricos em carboidratos simples e não
possuem fibras. Pão branco, biscoitos, massas, as farinhas refinadas no geral, arroz e batata são exemplos.
Estes
alimentos podem liberar a glicose no sangue e complicar ainda mais a vida de
quem sofre com a doença. Afirma ainda que o sal também pode causar problemas
para quem sofre de diabetes. “O sal é rico em sódio e pode trazer complicações
renais, de circulação e cardiovascular”, alerta.

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